Deputado que entregou endereço de Zambelli pediu voto para Lula e criticou Bolsonaro

O deputado italiano Angelo Bonelli afirmou em uma rede social que foi responsável por informar à polícia o endereço onde estava Carla Zambelli. A parlamentar brasileira foi detida nesta terça-feira (29) em Roma, segundo o Ministério da Justiça. Em junho, o deputado italiano apresentou um ofício formal de interpelação ao governo, solicitando que a brasileira não recebesse refúgio no país e fosse extraditada. O deputado italiano é uma das lideranças da Aliança Verde-Esquerda, uma coligação de esquerda que faz oposição ao governo da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
Um levantamento feito pelo titular desta coluna mostra que, em 2022, Bonelli comemorou que Lula estava voltando para a política e pediu votos para o então candidato à presidência da República. “Lula tá voltando. Torcemos pelo presidente Lula e apelamos à comunidade italiana no Brasil e na Itália: no domingo, vote 13 para defender a democracia, os direitos humanos e combater a pobreza. Povos das favelas e índios unidos contra Bolsonaro”, escreveu Bonelli, marcado a conta @LulaOficial no X (que se chamava Twitter à época).
#Lula ta voltando
Torcemos pelo presidente Lula e apelamos à comunidade italiana no Brasil e na Itália:no domingo, vote 13 para defender a democracia, os direitos humanos e combater a pobreza. Povos das favelas e índios unidos contra #Bolsonaro@LulaOficial
— Angelo Bonelli (@AngeloBonelli1) October 28, 2022
O parlamentar italiano também compartilhou várias críticas contra Jair Bolsonaro e até o chamou de mentiroso e amigo do dinheiro. “Bolsonaro acusa ONG de estar por trás dos incêndios na Amazônia. Sovranismo usa uma linguagem global, como na Itália, contra aqueles que lutam para salvar vidas humanas e o meio ambiente. Ele é o inimigo da humanidade e do planeta, mas um amigo do dinheiro”, escreveu Bonelli no X.
Zambelli foi presa nesta terça-feira (29). Ela foi condenada em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento em um esquema que inseriu mandados de prisão falsos contra autoridades no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a investigação, a deputada agiu em parceria com o hacker Walter Delgatti, que também está preso.
O STF também determinou a perda do mandato da parlamentar. No entanto, a decisão ainda precisa ser analisada pela Câmara. Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil e viajou para os Estados Unidos. Mais tarde, mudou-se para a Itália.
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