Entenda como a Lei Magnitsky impediu uma contratação do Botafogo
A contratação do volante Wendel pelo Botafogo foi cancelada em maio, apesar de um acordo fechado com o jogador e com o Zenit, da Rússia.
Nesta quarta-feira (30), a Lei Magnitsky, mesma legislação que inviabilizou a chegada do atleta, voltou ao noticiário após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
No caso do futebol, o impacto foi direto: o Botafogo desistiu oficialmente da negociação com Wendel por temer punições do Departamento do Tesouro dos EUA.
A SAF alvinegra pertence ao empresário John Textor, cidadão norte-americano com negócios ativos em território estadunidense. Se levasse adiante a transação, ele poderia ser enquadrado na legislação, que proíbe acordos com empresas ou indivíduos que estejam sob sanções internacionais.
O Zenit tem entre seus controladores figuras ligadas ao governo russo, o que coloca o clube na lista de instituições bloqueadas pelos EUA desde o início da guerra na Ucrânia.
A compra do atleta envolvia cifras expressivas, cerca de 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 127 milhões). Mesmo com tudo acertado entre as partes, o Botafogo concluiu que não poderia seguir com a contratação sem expor seu dono a riscos jurídicos e financeiros.
Aprovada em 2012 durante o governo Obama, a Lei Magnitsky permite que os Estados Unidos apliquem sanções a pessoas envolvidas em corrupção ou violações de direitos humanos. O nome é uma referência ao advogado russo Sergei Magnitsky, morto após denunciar um esquema fraudulento em Moscou. Inicialmente voltada à Rússia, a lei foi ampliada em 2017 e passou a valer de forma global, autorizando o congelamento de bens e o bloqueio de transações em qualquer país.
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