Morre Bob Wilson, lenda do teatro e da ópera, aos 83 anos

O diretor de teatro Bob Wilson morreu nesta quinta-feira (31), aos 83 anos, em Nova York. A informação foi divulgada no site do artista. Segundo o comunicado, a causa da morte foi uma “doença breve, mas aguda”. A natureza da enfermidade, no entanto, não foi revelada. “Enquanto enfrentava seu diagnóstico com olhos abertos e determinação, ele ainda sentia a necessidade de continuar trabalhando e criando até o fim. Suas obras para o palco, no papel, esculturas e retratos em vídeo, assim como o Watermill Center, permanecerão como o legado artístico de Robert Wilson”, afirmou a nota publicado em seu site.
Ao longo das últimas décadas, o diretor se estabeleceu como uma das mentes criativas mais importantes do teatro mundial. Além da direção teatral, Wilson também atuava como arquiteto, iluminador, pintor, escultor e dramaturgo. O estilo minimalista, mas extremamente impactante, marcou a carreira do diretor. Famoso por seu perfeccionismo, Wilson também se destacava por ser o autor da cenografia e dos desenhos de luz de seus espetáculos.
Com montagens pouco convencionais, o artista ficou conhecido por adaptar textos de autores como William Shakespeare, Samuel Beckett, Bertolt Brecht e Umberto Eco. A sua trajetória teatral também foi marcada por colaborações com artistas do mundo da música, como Lou Reed, David Byrne, Tom Waits e Philip Glass. No mundo da ópera, Wilson se destacou por adaptar as composições de Richard Wagner.
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Um pouco da trajetória do diretor
Wilson nasceu no Texas, nos Estados Unidos, em 1941, e se formou arquiteto em sua juventude. Sua vocação, no entanto, sempre esteve no teatro. Em 1960, se mudou para Nova York e passou a tentar a vida como diretor teatral. Mais de uma década depois, alcançou sucesso internacional ao montar a ópera Einstein on the Beach em 1975, uma colaboração com o compositor Philip Glass.
Em 1992, fundou o The Watermill Center – um centro artístico em Nova York que se define como um “laboratório de artes e humanidades que oferece ao mundo tempo, espaço e liberdade para criar e inspirar”. Ao longo de sua trajetória, Wilson fez inúmeras visitas ao Brasil e apresentou diversas peças suas ao público nacional, como a ópera “A Vida e Época de Dave Clarke”. O diretor também trouxe montagens suas para o Brasil, como “A Última Gravação de Krapp”, de Beckett, “Ópera dos Três Vinténs”, de Brecht, e “Lulu”, de Frank Wedekind e Lou Reed.
Em 2016, criou o espetáculo “Garrincha: Uma ópera das ruas” em São Paulo. O musical, dirigido por Wilson, era inspirado na vida do lendário jogador de futebol do Brasil e foi baseado na biografia escrita por Ruy Castro.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos
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