Salários de políticos e juízes chegam a ser 66 vezes maiores que a média do brasileiro

Um estudo Associação Livres revelou que o teto salarial estabelecido por lei no Brasil não está sendo respeitado pelo Judiciário. A reforma administrativa, que poderia abordar essa questão, permanece estagnada no Congresso. O Brasil lidera o ranking global de disparidade salarial entre a elite do setor público e a maioria da população, com rendimentos que superam em 66 vezes a média nacional. Magno Karl, diretor da associação, explica que a pesquisa comparou os rendimentos brutos das autoridades com a renda familiar per capita dos brasileiros, abrangendo todos os níveis da federação e comparando com 17 outros países.
No topo da lista de quem ultrapassa o teto constitucional estão juízes e desembargadores, que conseguem isso por meio de verbas indenizatórias. Apesar da existência de uma lei que impõe o teto do funcionalismo público, nenhum órgão da República, incluindo o Judiciário, consegue segui-lo. No Executivo Federal, o presidente e os deputados recebem salários que chegam a ser 47 vezes maiores que a renda média em estados como Alagoas e Acre. Recentemente, um ministro do Tribunal de Contas da União admitiu receber penduricalhos que o colocam acima do teto, mas afirmou que só deixaria de recebê-los se todos fizessem o mesmo.
O governo, pressionado por ajustes fiscais e queda de popularidade, defende a reforma administrativa e o corte de super salários, mas poucos acreditam que haverá mobilização antes das eleições. Segundo a Constituição, o teto do funcionalismo é o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal, fixado em R$ 46.000. No entanto, em 2024, o Conselho Nacional de Justiça registrou mais de 63.000 contracheques acima de R$ 100.000, com picos que ultrapassam R$ 678.000 em um único mês. A associação Livres destaca o descompasso entre a realidade da população e a classe política que deveria representá-la.
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