Na China, Lula diz que pedirá ao ‘companheiro’ Putin para falar com Zelensky na Turquia: ‘Vá negociar essa po**a’
Por THIAGO R MORAES
14/05/2025 - 17h06
A proposta de uma negociação direta entre Rússia e Ucrânia, marcada para quinta-feira (15) em Istambul, na Turquia, gerou uma onda de incertezas e mobilizações diplomáticas nesta quarta-feira (14). Caso se concretize, o encontro poderá ser o primeiro diálogo desse tipo desde 2022, quando as conversas foram interrompidas semanas após a invasão russa ao território ucraniano. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu a realização da reunião “sem quaisquer precondições”, mas ainda não confirmou se estará presente pessoalmente. O Kremlin informou que a delegação russa comparecerá, mas não revelou oficialmente os nomes de seus representantes.
A ausência de clareza levou o governo ucraniano a exigir garantias antes de confirmar sua participação. O presidente Volodymyr Zelensky declarou que só participará se Putin também estiver. Nesse contexto, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou durante visita oficial à China que pretende interceder diretamente com Putin. “Quando parar em Moscou, vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada falar: ‘Ô, companheiro Putin, vá até Istambul negociar essa porra'”, disse Lula a jornalistas em Pequim. Antes de chegar à China, Lula esteve em Moscou para as comemorações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial.
A declaração do líder brasileiro veio após um apelo público do chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andrii Yermak, que pediu ao Brasil que usasse sua influência no diálogo com Moscou para ajudar a viabilizar o encontro. Em resposta, Lula afirmou estar otimista com a possibilidade de início de um diálogo: “Ao invés de trocar tiros, trocar palavras”, disse o presidente, ressaltando que isso poderia salvar vidas e preservar patrimônios.
Também envolvido na mediação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que considera participar da reunião em Istambul, mas que, caso não vá, enviará seu secretário de Estado, Marco Rubio, e outros enviados especiais. Trump, que pressiona por um cessar-fogo de 30 dias, disse estar frustrado com a lentidão das negociações e ameaçou impor sanções secundárias à Rússia, caso perceba obstrução no processo.
A eventual presença de Putin no encontro pode representar um avanço importante para destravar o impasse diplomático. Relatos da imprensa sugerem que o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e o assessor de política externa de Putin, Yuri Ushakov, estão prontos para se reunir com representantes ucranianos em Istambul.
Se confirmada, esta será a primeira vez que Zelensky e Putin estarão frente a frente desde dezembro de 2019. As últimas tratativas presenciais entre representantes dos dois países ocorreram em março de 2022, também na Turquia. Brasil e China divulgaram uma declaração conjunta apoiando a retomada do diálogo como “única forma de pôr fim ao conflito” e lembraram a criação, em setembro de 2024, de um “grupo de amigos” para facilitar negociações de paz.
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Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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