Irã e Israel falam em vitória e sinalizam cessar-fogo após 12 dias de conflito
Presidente iraniano diz que Teerã venceu a guerra. O premiê israelense afirmou que Israel alcançou uma 'vitória histórica', mas que ainda precisa concluir sua campanha contra o 'eixo do Irã'. Cessar-fogo foi anunciado por Trump. Israel e Irã voltam a trocar ataques mesmo com promessa de trégua de Trump
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel alcançou uma "vitória histórica" após 12 dias de conflito, mas que ainda precisa concluir sua campanha contra o “eixo do Irã”, derrotar o Hamas e garantir o retorno dos reféns em Gaza. Do lado do Irã, o presidente Masoud Pezeshkian também classificou o desfecho como uma "grande vitória" para Teerã.
As declarações ocorrem horas após o início de um cessar-fogo, anunciado pelos Estados Unidos na noite anterior e mediado com apoio do Catar. Ambos os países sinalizaram adesão à trégua.
Segundo a imprensa estatal iraniana, Pezeshkian afirmou ainda que a guerra foi "imposta ao Irã pelo aventurismo de Israel".
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, havia dito na véspera que "a nação iraniana não é uma nação que se rende", sinalizando que o país manteria firmeza mesmo após os ataques americanos e israelenses.
O Comando Militar Conjunto do Irã afirmou que Israel e os Estados Unidos devem "aprender com os golpes esmagadores" sofridos durante os ataques iranianos — tanto no território israelense quanto na base americana de Al-Udeid, no Catar.
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O Irã afirmou que deve reabrir seu espaço aéreo ainda esta noite após 12 dias fechado. Contudo, o site "FlightRadar 24", que monitora voos em todo o mundo, informou que ainda nesta terça-feira alguns voos internacional estavam partindo e chegando por Teerã por meio de uma permissão especial.
Cessar-fogo sob tensão
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O cessar-fogo entrou em vigor nas primeiras horas desta terça-feira (1h da manhã no horário de Brasília), segundo anúncio feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
No entanto, relatos de novos ataques em Teerã e declarações cruzadas entre os envolvidos colocaram o acordo sob incerteza logo nas primeiras horas.
Trump afirmou que tanto Israel quanto Irã violaram os termos da trégua, negociada com participação ativa do Catar, e que estava "insatisfeito com os dois lados".
"Israel tem de se acalmar. Tenho de fazer Israel se acalmar", disse Trump ao embarcar para a cúpula da Otan, em Haia. Em uma rede social, o presidente dos EUA alertou: "Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação."
Trump exige em postagem em sua rede social Truth Social que Israel não volte a atacar o Irã, em 24 de junho de 2025.
Reprodução/ Truth Social
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Israel diz que foco agora será Gaza
Do lado israelense, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir, afirmou que Israel encerrou um "capítulo significativo" no confronto com o Irã e que as forças israelenses voltarão a concentrar esforços contra o grupo terrorista Hamas.
"Nosso foco agora é resgatar os reféns em Gaza e desmantelar o regime do Hamas", disse.
Israel retomou bombardeios à Faixa de Gaza em março, após uma trégua de pouco mais de dois meses. Apesar de ter liberado ajuda humanitária, há relatos de filas longas e tiroteios nos pontos de distribuição de alimentos.
Papel dos EUA e do Catar na negociação
Trump anunciou o cessar-fogo após uma ligação com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu. Segundo a Reuters, o Irã também aceitou a trégua após contato mediado pelo primeiro-ministro do Catar, com envolvimento direto de altos funcionários da Casa Branca.
De acordo com uma fonte oficial americana, o Irã sinalizou que cumpriria o acordo caso não houvesse novos ataques de Israel. Participaram das negociações o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff.
O acordo foi costurado horas depois de o Irã lançar mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, como resposta ao bombardeio de três instalações nucleares iranianas pelos EUA no sábado (21).
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