“Caiu um míssil a 800 metros de mim”, diz turista brasileira em Israel
Por THIAGO R MORAES
18/06/2025 - 11h30
A empresária paraense Talita Ferreira, de 24 anos, vive dias de incerteza e tensão em Tel Aviv, Israel, em meio à escalada do conflito com o Irã.
Dona de uma agência de viagens e especialista em assessoria para vistos e ingresso em universidades europeias, ela está no país há cerca de dois meses e relata o impacto direto da guerra na sua rotina.
“Os lugares que eu estava passando todos esses dois meses, grande parte está irreconhecível”, desabafa.
A jovem tenta sair de Israel, mas as operações dos aeroportos estão paralisadas.
“Eu não vou voltar para o Brasil, estou tentando sair daqui, ver um jeito de ir pra Europa. A previsão é de reabertura do espaço aéreo em 10 dias. A rotina aqui tá sendo horrível. A cada três, cinco horas tem sirene. Caiu um míssil a 800 metros de onde eu estava”, relata a brasileira.
Escalada do conflito
A tensão no Oriente Médio se intensificou com o confronto direto entre Israel e Irã, ampliando os riscos na região.
O conflito, que já envolvia Gaza, Hezbollah no Líbano e milícias no Iêmen, agora atinge diretamente os territórios israelense e iraniano.
Tel Aviv, cidade costeira que costuma atrair turistas do mundo todo, passou a conviver com explosões, destruição e toques de recolher.
“Tem um sistema chamado Home Front Command, que avisa no celular quando tem perigo. Às vezes com 15, 20 minutos de antecedência. Aí todo mundo corre pro bunker. Eu estava sozinha, mas agora estou em um hostel pra ficar mais perto de pessoas”, conta Talita.
Vida sob tensão
Mesmo diante da insegurança, Talita diz que a população tenta manter certa normalidade, como uma forma de resistência emocional.
“Se tiver mais de 4 horas sem alarme, você vai ver a praia cheia, as pessoas trabalhando. Mas, ao mesmo tempo, tem gente usando álcool, fumando, abusando de vícios por medo. É algo muito confuso”, relata.
Segundo a brasileira, a Embaixada do Brasil só orienta a ficar perto de um lugar seguro, enquanto decidem o que fazer.
A CNN tenta contato com a representação diplomática.
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