Há 55 anos, a seleção se vingava do Uruguai e garantia vaga na final da Copa de 70

No “Memória da Pan”, destaco novamente um dos jogos mais marcantes e lembrados da campanha do tricampeonato, no México, em 1970. Depois da vitória da equipe de Zagallo contra o Peru, pelas quartas de final, os jornais passaram a falar sobre o duelo entre Brasil e Uruguai, uma revanche de 20 anos. Em 16 de julho de 1950, a “Celeste Olímpica” conquistou a Copa no Rio de Janeiro e em cima dos donos da casa. O troco viria duas décadas depois.
A partida estava inicialmente prevista para o Estádio Azteca, na Cidade do México. Mas a FIFA confirmou o duelo para o Estádio Jalisco, em Guadalajara, e os uruguaios protestaram. O lateral Ancheta reclamava: “Foi uma injustiça conosco. Os brasileiros estavam praticamente em ‘casa’. Só saíram de Guadalajara para a final”. Apesar dos protestos, as duas seleções iriam brigar por uma vaga na decisão.
Os jogadores brasileiros demonstraram nervosismo no início do duelo contra o Uruguai. Cubilla abriu o placar em uma falha de Félix. O jogador uruguaio chutou “de canela”, cruzado na área, enganando o goleiro brasileiro. Mas, aos poucos, os nervos foram se recompondo. O futebol brasileiro começou a se sobressair, e os adversários abusavam da violência. Como Gérson estava muito marcado, ele e Clodoaldo trocaram de posição, o que deu resultado. Clodoaldo empatou aos 45 do primeiro tempo, depois de um passe magistral de Tostão.
Na etapa final, a seleção, como de costume, subiu de produção. Jairzinho virou o jogo e Rivellino marcou o terceiro. Ainda teve o quase gol de Pelé que valeu por um gol. O Rei enganou Mazurkiewicz com um drible de corpo sensacional. A bola passou rente à trave direita. Festa em Guadalajara. A classificação estava garantida. O jogo contra o Uruguai foi exibido ao vivo, às 19h, e depois reprisado no fim da noite (23h30) daquela quarta-feira, dia 17 de junho.
No mesmo horário de Brasil e Uruguai, Itália e Alemanha travaram uma batalha histórica que só foi definida na prorrogação. A eleição feita por jornalistas que indicou a Copa de 1970 como a melhor da história, também apontou esse duelo como um dos mais sensacionais de todos os tempos. Boninsegna abriu o placar aos 8 minutos do primeiro tempo. A Alemanha empatou com Schnellinger aos 47 do segundo tempo.
A prorrogação foi de perder o fôlego, com cinco gols! Gerd Müller virou o jogo aos 5 minutos da etapa inicial. Aos 8, Burgnich empatou: 2 a 2. Riva colocou a Itália na frente aos 14 minutos. No segundo tempo da prorrogação, Gerd Müller aos 5, deixou tudo igual de novo: 3 a 3. Os italianos deram a saída e já partiram para o ataque. Rivera marcou o quarto gol.
Ouça agora, 55 anos depois, a íntegra da partida entre Brasil e Uruguai na transmissão da Rede Brasileira de Televisão. O primeiro tempo é narrado por Geraldo José de Almeida (Globo). Na etapa final, dois locutores da TV Tupi comandam a transmissão: Oduvaldo Cozzi e Walter Abrão.
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