Conselheira tutelar é perseguida e agredida com golpe de foice na cabeça
O caso aconteceu na terça-feira (20) em Bela Vista (MS) quando servidores investigavam uma violação de direitos. Conselheira tutelar Néia Ibanes, de 37 anos, foi vítima de tentativa de homicídio na terça-feira (20).
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A conselheira tutelar Néia Ibanes, de 37 anos, foi vítima de tentativa de homicídio na terça-feira (20) enquanto apurava uma violação de direitos em Bela Vista (MS).
Segundo a Polícia Militar, a vítima estava com outros três conselheiros no bairro da Vila Cohab, quando o suspeito perseguiu o trio pelas ruas, obrigando-os a correr e pedir ajuda a moradores.
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Quando a polícia chegou ao local, descobriram que Néia tinha sido atingida por um golpe de foice na cabeça.
O suspeito ainda estava no local e tentou fugir, mas foi contido pelos policiais. A foice, que estava quebrada, já sem o cabo, foi apreendida.
Ainda não foi esclarecida a motivação para o crime, nem a relação entre vítima e suspeito. Ele deve responder por tentativa de homicídio.
Segundo o Hospital Municipal São Vicente de Paulo, a conselheira deu entrada com um corte de cerca de 10 centímetros na cabeça, estava consciente, orientada, mas ainda assustada. Ela ficou em observação e depois foi liberada para seguir para o Hospital da Cassems em Ponta Porã para fazer exames.
O marido da vítima, o presidente da Câmara Municipal de Bela Vista, vereador Jonathan Torres, publicou nas redes sociais tranquilizando a população e lamentando o ocorrido com a esposa.
“Ela recebeu os primeiros cuidados médicos, encontra-se estável e fora de perigo, e será encaminhada para a cidade de Ponta Porã, onde passará por exames complementares. Neste momento de apreensão e fé, agradecemos imensamente todas as mensagens de carinho, orações e solidariedade que temos recebido. Pedimos respeito, empatia e todos evitem a propagação de informações falsas ou distorcidas. Seguimos confiando em Deus, na justiça e na força da nossa família”, escreveu.
A Prefeitura de Bela Vista também se manifestou mediante nota de repúdio pelo ocorrido, informando que o caso é inaceitável.
“A Secretaria Municipal de Assistência Social, Cidadania e Habitação da Prefeitura de Bela Vista manifesta seu mais veemente repúdio ao ataque sofrido por conselheiras tutelares no fim da tarde deste dia 20 de maio, enquanto exerciam suas funções legais na proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Trata-se de uma grave agressão a servidoras públicas que, com responsabilidade e dedicação, atuam na garantia dos direitos fundamentais da infância e juventude. Agredir quem protege é atentar contra toda a sociedade. Nos solidarizamos com as profissionais atingidas e reforçamos nosso compromisso com a valorização e segurança dos conselheiros tutelares. Exigimos das autoridades competentes a apuração rigorosa dos fatos e a devida responsabilização dos envolvidos, para que este lamentável episódio não se repita. Violência contra servidores no exercício do dever é inaceitável e deve ser combatida com o rigor da lei”.
Em nota, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), disse que espera que os órgãos competentes adotem as medidas cabíveis para garantir que episódios como esse não se repitam.
“O CMDCA repudia veemente qualquer forma de violência, especialmente aquela direcionada a profissionais que atuam na linha de frente da proteção dos direitos de crianças e adolescentes. A atuação do Conselho Tutelar é garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e sua função é essencial para assegurar que os direitos das crianças e dos adolescentes sejam respeitados e protegidos. Agredir uma conselheira tutelar é atentar contra o próprio sistema de garantia de direitos, além de representar uma afronta à legalidade e ao compromisso com a proteção integral de crianças e adolescentes. É inaceitável que profissionais que trabalham na defesa dos mais vulneráveis sejam expostos a risco de violência. O CMDCA reafirma seu compromisso com a proteção integral de crianças e adolescentes, bem como com a valorização e o respeito aos profissionais que atuam nessa rede. Também esperamos que os órgãos competentes adotem as medidas cabíveis para a responsabilização do agressor e para garantir que episódios como esse não se repitam”.
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