Quem são os vencedores e os perdedores com o cessar-fogo entre Irã e Israel?

Na coluna de ontem, horas antes de Trump anunciar o cessar-fogo, disse que o presidente americano não gostaria a escalada do conflito por duas razões: uma de ordem política, e outra, econômica. O motivo político seria não quebrar sua promessa de campanha, e não desagradar a sua base. Já a razão econômica seria lidar com os efeitos inflacionários e de gastos com uma guerra imprevisível.
Caso o cessar-fogo se mantenha, Israel sai perdendo, uma vez que não conseguiu seu objetivo principal – a queda do regime -, tampouco destruir a capacidade nuclear iraniana e nem a entrada, de fato, nos EUA na guerra. Os EUA saem no empate. Fizeram uma ação militar, prestando apoio a Israel e, ao mesmo tempo, mediaram o cessar-fogo, evitando todos os custos econômicos e humanitários da guerra.
Por outro lado, não conseguiram destruir a capacidade nuclear iraniana. Apesar da retórica de Trump, de que o ataque nas bases foram bem sucedidos, a própria imprensa internacional, simpática ao governo americano e a Israel (Financial Times, por exemplo), já confirmou que o Irã retirou antes do ataque todo o material radiativo.
O Irã, por ora, sai vencedor, uma vez que, apesar das baixas no alto comando político e militar, e de cientistas, o regime não caiu e seu programa nuclear foi preservado. E agora com um agravante: se antes existia dúvidas se o programa era para fins pacíficos; agora, após os ataques de Israel, o Irã, provavelmente vai acelerar a produção de energia nuclear para fins bélicos – e sem a inspeção da IEAE. Parabéns aos envolvidos.
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