Empresário morto em Autódromo de SP: contradições marcam laudos e relatos
A investigação da morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, encontrado em um buraco no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, é marcada por contradições entre os depoimentos e os laudos da Polícia Técnico-Científica. Essas divergências levantam questões sobre as reais circunstâncias da morte, que agora é tratada como homicídio por asfixia.
Adalberto, empresário de 36 anos, foi encontrado sem peças de roupa, em um buraco na área do Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista. Desaparecido por 4 dias, a morte tida como suspeita, avançou para uma investigação de homicídio pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Relatos de amigos e familiares dão conta de que, aparentemente, não havia nada na vida de Adalberto que o fizesse ser alvo de algum atentado. Tido como alguém sem inimigos, conflitos ou envolvimento com atividades de risco, a morte do empresário tem intrigado a polícia, que ainda não divulgou nenhum suspeito pelo caso.
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Investigações
As investigações começaram a apurar, por meio de laudos policiais, o relato do amigo do empresário à polícia, que afirmou que ambos consumiram cerca de oito copos de cerveja e maconha de desconhecidos no evento. O laudo toxicológico preliminar do IML apontou “zero” para álcool e drogas no corpo de Adalberto.
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A Polícia Civil explicou que o álcool pode ter sido metabolizado e que registros de compras confirmam o consumo de bebida alcoólica. Contudo, uma alegação sobre Adalberto ter ficado “muito nervoso, ansioso, agitado, muito eufórico” e “embriagado”, foi descrita pela polícia como “curiosa”, já que as substâncias são depressoras.
Empresário morto em Autódromo de SP foi vítima de asfixia, aponta laudo
Embora haja um aparente conflito no depoimento de Rafael Aliste, a polícia não acredita que ele seja suspeito ou tenha envolvimento com a morte de Adalberto. Ele é tratado como testemunha e já foi submetido a uma avaliação do Núcleo de Análise Criminal e Comportamental.
Trajeto da vítima
Outra contradição envolve a condição e o destino alegado do corpo. Rafael afirmou que Adalberto se despediu para ir buscar o carro e jantar com a esposa. Porém, o empresário foi encontrado dentro de um buraco estreito de 2 a 3 metros de profundidade. A polícia concluiu que “tudo indica que ele não chegou ao carro”.
Uso de violência
Inicialmente, o caso despertou curiosidade e foi classificado como suspeito, porque embora o sumiço e as condições sob as quais o empresário foi encontrado, levantasse a suspeitas, a polícia afirmou não haver sinais aparentes de agressão no corpo.
No entanto, perícias posteriores identificaram escoriações no pescoço da vítima e escoriações no joelho, que são compatíveis com ferimento de natureza vital, ou seja, ocorreram enquanto a vítima ainda estava viva.
A hipótese de “mata-leão”, um golpe que pode causar asfixia sem deixar marcas visíveis, foi considerada. A morte de Adalberto foi confirmada sendo por asfixia a causa do óbito.
Presença de sangue
Quando os agentes encontraram o carro do empresário, a preícia detectou a presença de Manchas de sangue humano em partes do automóvel.
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Após duas semanas se análises, a Polícia Técnico-Científica confirmou que as amostras revelaram que o material colhido era de Adalberto e de uma mulher, que não teve a identificação divulgada. Apesar disso, a Polícia Civil acredita que o sangue não tem relação com o crime, levantando a hipótese de um contexto anterior ao crime.
“Pior noticia da minha vida”, diz esposa de empresário morto em Interlagos
1 de 4Fernanda Dândalo, esposa do empresário Adalberto Júnior, encontrado morto em Interlagos • Reprodução/Redes Sociais
2 de 4Fernanda Dândalo, esposa do empresário Adalberto Júnior, encontrado morto em Interlagos • Reprodução/Redes Sociais
3 de 4Fernanda Dândalo, esposa do empresário Adalberto Júnior, encontrado morto em Interlagos • Reprodução/Redes Sociais
4 de 4Adalberto era apaixonado por motos e por corrida • Reprodução/redes sociais
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