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Caieiras,18/06/2025

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14 filmes, séries e quadrinhos para celebrar o Dia do Orgulho Autista

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O Dia do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho, foi criado por pessoas no espectro para promover a aceitação e o orgulho autista, combatendo estigmas e reconhecendo as diferenças neurológicas como parte natural da diversidade humana. A data marca um avanço significativo na luta por direitos e representatividade, incentivando uma sociedade mais inclusiva e empática


O Brasil tem 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa 1,2% da população, conforme as informações do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas em maio de 2025. Esta é a primeira vez que o IBGE faz um levantamento das pessoas com Transtorno do Espectro Autista no país, graças à Lei n.º 13.861/2019.


Entre os diversos dados revelados pelo levantamento, o Censo também aponta que 3,8% dos meninos entre 5 e 9 anos e 1,3% das meninas na mesma faixa etária têm diagnóstico de TEA. Vale lembrar que o censo faz o mapeamento com base em pessoas que já receberam diagnóstico, sendo assim, essa discrepância pode não ser tão grande quanto aparenta. Os diagnósticos mais concentrados estão entre crianças de 5 a 9 anos, seguidos de 0 a 4 anos, o que reforça o avanço no diagnóstico precoce, resultado de maior conscientização e busca de informações por parte de pais e responsáveis.


“Esses dados demonstram a importância de ampliarmos as discussões sobre neurodiversidade e quebrarmos barreiras sociais. O entretenimento pode ser uma ponte fundamental nesse processo, oferecendo representações autênticas que ajudam a sociedade a compreender melhor o espectro autista”, comenta Alice Tufolo, Conselheira Clínica da Genial Care (rede de cuidado de saúde atípica especializada em crianças autistas e suas famílias).


Por que a representação de pessoas autistas importa?  


A representação de pessoas autistas na mídia desempenha um papel fundamental na educação sobre a neurodiversidade e inclusão. Obras como filmes, séries e quadrinhos ajudam a desmistificar o autismo ao quebrar estereótipos e preconceitos ainda presentes na sociedade. Além disso, essas narrativas têm o poder de empoderar, ao mostrar pessoas neurodiversas como protagonistas de suas próprias histórias, com autonomia, desejos e capacidades únicas. Sem falar na identificação, o que pode contribuir para maiores buscas de diagnósticos tardios.


Também funcionam como ferramentas de educação para famílias, auxiliando pais, mães e cuidadores a compreenderem melhor os filhos e filhas com TEA. “Outro impacto significativo é na promoção da inclusão social, já que essas obras despertam empatia e ampliam o olhar coletivo sobre a diferença, sendo fundamentais para garantir representatividade, oferecendo espelhos positivos para crianças e jovens autistas, que muitas vezes crescem sem se ver refletidos nas histórias ao seu redor”, destaca Alice Tufolo. 


Neste contexto, filmes, séries e quadrinhos podem ser ferramentas poderosas para desmistificar o autismo, informar sobre suas características e empoderar tanto pessoas autistas quanto suas famílias e comunidades. Abaixo, confira algumas indicações:


1. Heartbreak High: Onde Tudo Acontece


É uma série australiana da Netflix que acompanha o dia a dia de um grupo de amigos adolescentes, que enfrentam o turbilhão de mudanças e desafios típicos dessa fase da vida. A produção se tornou especialmente significativa para a comunidade autista por apresentar uma personagem feminina no espectro, Quinni, interpretada pela atriz Chloé Sarah Hayden.


2. Uma Advogada Extraordinária (Extraordinary Attorney Woo)


Drama sul-coreano, considerado o mais queridinho da Netflix, que acompanha uma jovem advogada autista brilhante, destacando suas habilidades excepcionais enquanto enfrenta desafios sociais e profissionais.


3. Atypical


“Atypical” acompanha a vida de um menino com TEA que decide arrumar uma namorada e se tornar mais independente Imagem: Reprodução digital | Netflix

Série britânica que estreou em 2017 e foi concluída em 2021, com um total de quatro temporadas. A trama acompanha a vida de Sam, um jovem no espectro autista que decide arrumar uma namorada e conquistar mais independência. Sua decisão impacta toda a família e dá início a uma jornada de autodescobertas para todos os envolvidos. A série está disponível na Netflix.


4. The Good Doctor


A série acompanha Shaun Murphy, um jovem cirurgião diagnosticado com a Síndrome de Savant, condição que lhe confere habilidades extraordinárias em áreas específicas, mas também impõe dificuldades na comunicação. Disponível no Globoplay, a produção foca na interação do médico com a equipe de um grande hospital, retratando os desafios da profissão e as adversidades enfrentadas diante do ceticismo e da desconfiança de colegas e pacientes.


5. Amor no Espectro (Love on the Spectrum)


O Reality show documental da Netflix acompanha jovens autistas em busca do amor, oferecendo uma visão íntima e respeitosa sobre relacionamentos e vida adulta de pessoas com TEA.  


“É fundamental que a representatividade de pessoas autistas na mídia seja fiel e não reforce estigmas, respeitando a diversidade do espectro. Heartbreak High se destaca por contar com uma atriz autista, o que torna a representação mais autêntica. Já Uma Advogada Extraordinária reforça estereótipos de excepcionalidade e por não contar com uma atriz autista, o mesmo ocorre em Atypical“, analisa Alice Tufolo, que complementa:


“Apesar disso, Atypical busca retratar diferentes vivências no espectro e em suas famílias. The Good Doctor oferece visibilidade ao mostrar um médico autista, mas também reforça o estereótipo da genialidade. Amor no Espectro contribui para a humanização de pessoas autistas em busca de relacionamentos, embora ainda não represente toda a complexidade e diversidade do espectro”.


6. Float


Curta-metragem da Pixar que conta a história de Rubio, uma criança autista, mostrando as relações com seus pais. Com apenas 6 minutos, essa animação é baseada na relação do diretor filipino Bobby Rubio com seu filho Alex, diagnosticado com TEA.


7. Tudo Que Quero (Please Stand By)


“Tudo Que Quero” narra a história de uma jovem adulta com TEA, que foge de casa para provar que consegue ser independente Imagem: Reprodução digital | 2929 Productions Production e IMAGEM FILMES Distribution

O drama conta a história de Wendy, uma jovem com 30 anos diagnosticada com TEA e que ama escrever. Para provar que consegue ser independente, ela foge de casa com seu cachorro e decide participar de um concurso de criação de roteiro para uma série famosa de ficção científica.


8. Adam


Adam, um jovem engenheiro, enfrenta a solidão em Nova York após a perda do pai. Seu único apoio é Harlan Keyes, que atua como tutor e amigo. A dificuldade de Adam em interações sociais — uma característica comum entre pessoas com TEA — intensifica seu isolamento. No entanto, sua vida começa a mudar quando conhece Beth, uma escritora de livros infantis que se torna sua vizinha e amiga.


9. Farol das Orcas


O filme argentino baseado em fatos reais conta a história do biólogo Roberto Bubas, que trabalha em uma praia na Patagônia, sul da Argentina, dedicando sua vida ao estudo de orcas por meio de uma técnica especial de caça nunca vista antes. Até que um dia, uma mulher chamada Lola aparece com seu filho Tristán, um menino com autismo.


10. A Brilliant Young Mind


Drama britânico conhecido em português como “X+Y”.  O filme conta a história de Nathan, um prodígio da matemática que enfrenta desafios nas interações sociais e encontra conforto nos números. Como uma criança autista, Nathan enxerga o mundo de maneira peculiar, focando em padrões que facilitam sua compreensão da matemática. No entanto, sua dificuldade em entender toques, emoções humanas e o amor revela as complexidades da sua percepção única.


11. O Som do Coração (The Sound of Metal)


“O Som do Coração” conta a história de um menino com percepções únicas sobre o mundo e com um talento musical incrível Imagem: Reprodução digital | EUROPA FILMES, Odyssey Entertainment, Warner Bros. e CJ Entertainment

Embora não seja um filme especificamente sobre autismo e seu personagem principal possa ter outro diagnóstico — muitos acreditam que ele tenha TDAH — esse filme fala sobre a sensibilidade sensorial, muito comum em pessoas com TEA. Evan Taylor é um menino com percepções únicas sobre o mundo e com um talento musical incrível. Na história ele foge do orfanato em que vive para reencontrar os pais. Pelo caminho, o garoto acredita que todas as músicas que escuta são uma mensagem da família.


12. A diferença invisível 


De Mademoiselle Caroline e Julie Dachez, esse quadrinho sobre autismo conta, em primeira pessoa, a história de Marguerite, uma jovem adulta que tem dificuldades com ambientes ruidosos, compreensão de sinais sociais e mudanças de rotina.


13. Aprendendo a cair


Escrita por Mikael Ross, esta é a história de Noel, um garoto que perde a mãe ainda jovem e passa a viver em Neuerkerode, uma vila na Alemanha onde todos os moradores são pessoas com deficiência ou neurodiversos.


14. Fala, Maria: Um romance gráfico sobre o autismo 


Essa obra combina informação científica com a narrativa pessoal de Bernardo Fernández (também conhecido como Bef e criador do quadrinho), oferecendo uma perspectiva educativa e emocional sobre o TEA e a paternidade atípica.


No Dia do Orgulho Autista, celebramos não apenas a diversidade neurológica, mas também o poder da mídia em construir pontes de compreensão e aceitação. “Cada história contada é um passo em direção a uma sociedade mais inclusiva, onde todas as formas de ser e existir são valorizadas e respeitadas. Assim sendo, todas as obras devem ser vistas como um ganho a visibilidade e inclusão, ao mesmo tempo que devem ser vistas pelo público de forma crítica”, finaliza Alice Tufolo. 


Por Letícia Carvalho 


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