Mercado reduz projeção de inflação para 5,50%

A mediana do relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (19) para a Selic no fim de 2025 continuou em 14,75% pela terceira semana consecutiva. Os juros estão nesse nível desde 7 de maio, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa em 0,5 ponto porcentual. Considerando apenas as 73 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para o fim de 2025 também se manteve em 14,75%.
Na ata da reunião de maio, divulgada na semana passada, o Copom afirmou que a taxa básica de juros está em nível “significativamente contracionista” e “já tem contribuído e seguirá contribuindo para a moderação de crescimento.” “Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de política monetária, espera-se que tais efeitos se aprofundem nos próximos trimestres”, afirmou o comitê.
Uma semana antes, no comunicado da sua decisão, o colegiado já havia tornado o seu balanço de riscos para a inflação simétrico e abandonado o forward guidance, deixando as possibilidades em aberto para a sua próxima reunião, nos dias 17 e 18 de junho.
“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, afirmou.
A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela 16ª semana consecutiva. Mas, levando em conta apenas as 72 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária caiu de 12,50% para 12,25% – indicando maior espaço para afrouxar a política monetária no ano que vem. A estimativa intermediária para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 14ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 21ª semana consecutiva.
Dólar
A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu pela terceira semana seguida, de R$ 5,85 para R$ 5,82. Um mês antes, era de R$ 5,90. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 continuou em R$ 5,90. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,96.
A estimativa intermediária para o dólar no fim de 2027 permaneceu em R$ 5,80, após três semanas de queda. Um mês antes, era de R$ 5,89. A projeção para o fim de 2028 subiu de R$ 5,82 para R$ 5,85, o mesmo nível de quatro semanas antes. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.
PIB
A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 aumentou de 2,0% para 2,02%, após três semanas de estabilidade. Considerando apenas as 36 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, passou de 2,01% para 2,0%.
Na ata da sua última reunião, de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que a taxa de juros “significativamente contracionista” tem contribuído para moderar o crescimento da atividade. Segundo o colegiado, a tendência é que esse processo ganhe força nos próximos trimestres. O BC espera alta de 1,9% para o PIB em 2025.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 se manteve em 1,70% pela quarta semana seguida. Considerando só as 35 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,81% para 1,70%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0% pela sétima semana seguida. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,0%, pela 62ª semana seguida.
*Com informações da AFP
Publicado por Victor Oliveira
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