Esquerda e direita assinam acordo para formar governo na Alemanha; extrema direita fica de fora
Conservadores da CDU fecharam coalizão com social-democratas do SPD, em acordo que garante maioria para formar governo e barra extrema direita. Aliança indicará Friedrich Merz, da CDU, para novo chefe de governo do país. Friedrich Merz, que se tornará o novo chanceler da Alemanha;
REUTERS/Teresa Kroeger
Os conservadores do próximo chanceler alemão, Friedrich Merz, assinaram nesta segunda-feira (5) o acordo de coalizão com os social-democratas do SPD, o que sela a formação do novo governo da Alemanha, que assumirá oficialmente a administração na terça-feira.
Merz, de 69 anos, tomará posse oficialmente na terça-feira, após a vitória de seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), nas eleições gerais de 23 de fevereiro. Ele sucederá o social-democrata Olaf Scholz, que sofreu uma dura derrota nas urnas.
O acordo foi assinado por Merz, presidente da CDU, os líderes do Partido Social-Democrata (SPD) Lars Klingbeil e Saskia Esken, e por Markus Söder, presidente do partido bávaro União Social-Cristã, aliado da CDU.
O pacto para os próximos quatro anos estabelece as prioridades do novo Executivo, que enfrentará vários desafios: reativar uma economia em recessão, frear a ascensão do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e apoiar o fortalecimento da defesa europeia.
Merz afirmou que o novo governo está "decidido a fazer com que a Alemanha avance com reformas e investimentos" e também prometeu uma administração cuja "voz seja ouvida na Europa e no mundo".
O vice-chanceler do SPD e ministro da Economia indicado, Lars Klingbeil, disse que a prioridade deve ser fortalecer a economia, que se contraiu nos últimos dois anos.
Merz também prometeu conter a imigração ilegal e deter a ascensão do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar nas eleições gerais antecipadas de fevereiro.
AfD é classificado como extrema direita na Alemanha
Na semana passada, os serviços de inteligência nacionais alemães classificaram a AfD como um movimento "extremista de direita", uma atitude que alimentou uma nova disputa com o governo Trump e levou o partido a tomar medidas legais.
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, descreveu a AfD, que, assim como Trump, fez campanha contra a imigração, como "o partido mais popular na Alemanha".
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, chamou a ação da agência de inteligência alemã de "tirania disfarçada".
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